Surdocegueira
O que é Surdocegueira? Quem é o surdocego?
A criança surdocega não é uma criança surda que não pode ver e nem um cego que não pode ouvir. Não se trata de simples somatória de surdez e cegueira, nem é só um problema de comunicação e percepção, ainda que englobe todos esses fatores e alguns mais (McInnes & Treffy, 1991). Segundo Telford & Sawrey (1976), quando a visão e audição estão gravemente comprometidas, os problemas relacionados à aprendizagem dos comportamentos socialmente aceitos e a adaptação ao meio se multiplicam. A falta dessas percepções limita a criança surdocega na antecipação do que vai ocorrer a sua volta. A entrada da mãe no quarto do bebê, por exemplo, pode não significar tranqüilidade, comida ou carinho, mas pode promover instabilidade e insegurança. Sua dificuldade na antecipação dos fatos faz com que cada
experiência possa parecer nova e assustadora, como ser transportada de um lugar para o outro, sentir na boca a introdução de um alimento novo ou ser tocado repentinamente. Ainda como resultado da privação da visão e audição, sua motivação na exploração do ambiente é proporcionalmente diminuída. Seu mundo se limita ao que por casualidade está ao alcance de sua mão e, sobretudo, a si mesmo.
SURDOCEGUEIRA/MÚLTIPLA DEFICIÊNCIA SENSORIAL
antecipatório significa que ela tem alguma consciência da previsibilidade das relações no seu mundo e que compreendeu a pista dada (toque nos lábios). Essa previsibilidade ajudará, posteriormente, na exploração do mundo (Nunes, 2000). A comunicação pode ser receptiva e expressiva. Muitas crianças surdocegas não desenvolvem a fala, no entanto podem expressar-se. Podem também receber as mensagens que lhes são transmitidas por outras vias sensoriais. Comunicação receptiva é um processo de recepção e compreensão de mensagens. No caso da criança surdocega, por vezes é difícil determinar a forma como ela recebe as mensagens. Comunicação expressiva é a forma como expressar desejos, necessidades e sentimentos. A criança surdocega utiliza normalmente formas de comunicação não-verbal tais como sorrisos, movimentos, mudanças de posição que podem ser compreendidos por adultos familiarizados. A comunicação com essas crianças exige dos adultos que trabalham com elas conhecimentos específicos sobre esse tipo de comunicação. Nesse processo, o professor deverá observar e esperar o tempo necessário que a criança surdocega precisa para entender o enunciado e para elaborar uma resposta. Essa tentativa de resposta envolverá, por parte da criança, a seleção do recurso de comunicação (gestos, sinais, emissão verbal, movimentos, expressões corporais, entre outros) e a adequação deste no processo interativo. A recepção das informações pela criança surdocega é diferente da recepção do ouvinte e de alguns surdos. Com os ouvintes, a compreensão e a elaboração da resposta envolvem um processo mais rápido, pelo fato de o canal de comunicação ser o oral-auditivo. Os surdos, ao interagirem com pessoas ouvintes, muitas vezes precisam realizar leitura orofacial da língua portuguesa. Esse processo demanda um tempo maior para elaboração e emissão da resposta.
Olá Neide!
ResponderExcluirSeu texto informativo trouxe definições de surdocegueira bem significativos. Vale ressaltar que, segundo a professora Shirley, para os alunos surdocegos ou com deficiências múltiplas existem formas diferentes de aprender e de se comunicar. De acordo com a especialista, o professor deve observar qual o meio de comunicação ao qual a criança se adapta melhor para utilizá-lo em seu aprendizado. Isso é um desafio para nós educadores, pois precisamos buscar sempre estratégias de como trabalhar com esses alunos que tanto necessitam do nosso apoio.
Abraços, Estefânia